A beleza do corpo
feminino e as relações de conflito do universo da mulher compõem a poética da
pintura de Suzanne Salvini, que com seu traço característico, ilustra as
tensões entre bem e mal, certo e errado, entre o permitido e o proibido, como
alegoria contemporânea da estética do erótico e do sensual.
Nas obras são exploradas
as propriedades dos materiais utilizados, no caso as diversas texturas de
retalhos de tecidos e suas cores, que se fundem com as cores da tinta, e esta
ligação se dá no momento em que a tinta escorre e esbarra nos retalhos e estes
absorvem a tinta criando manchas, “novos desenhos, que surgem do acaso”. A tinta que escorre faz surgir uma ligação
não só entre pano e tinta, mas também entre tinta e tinta, das pinceladas do
plano superior da tela, com o plano inferior, deixando o observador sem saber
onde começam e onde terminam as pinceladas, justamente por estarem
interligadas.
O pano cria uma ilusão
de profundidade, uma perspectiva ilusória, onde também não se sabe se as
sombras que aparecem são pintadas ou projetadas pelo tecido.
As obras são costuradas
a mão, onde há uma maior proximidade entre a artista e a obra. Este conceito é
baseado no trabalho da artista Nike Schroeder. Esta borda imagens femininas
extremamente complexas diretamente sobre a tela, deixando “escorrer” as linhas
de sua costura.
Este interesse por cores e texturas também se deve a observação de fotos do artista August Bradley, que compõe suas fotografias com modelos femininos muito bem vestidas com este conceito, ressaltando que o ambiente das fotografias também é colocado neste plano.
O estudo da “tinta escorrida” partiu de pinturas da artista Chrissy Angliker que deixa a tinta escorrer, pois acredita no desenho feito do acaso, onde não há um controle total da tinta que é aplicada na tela.
Buscando o que permeava a poética de Salvini, a mesma foi buscar artistas cujas obras citadas acima influenciaram muito em seus processos de criação, ampliando sua visão e interesse sobre como articular através de seus estudos exploratórios a junção de elementos diversos como as formas humanas, em voga, a feminina e os já citados que são as cores, texturas e técnicas desenvolvidas.
Os trabalhos desta série têm como foco abordar o corpo feminino, mas o corpo como objeto, decorativo, alegórico. O corpo feminino funcionaria como pano de fundo para abordar estudos sobre cores e texturas, desnudando esse corpo, que por vezes deixa de ser um corpo decorativo no sentido de fútil, ou menos importante, para fazer parte de um desdobramento do ser, onde visualiza-se um corpo frágil, um corpo que ganha outras dimensões e movimento através da cor, dos tecidos propositalmente e estrategicamente agregados.
"Alegoria I"
"Alegoria II"
Salão de Arte de Mato Grosso do Sul - Campo Grande (MS) - 2011
"Alegoria III"
Salão de Arte de Mato Grosso do Sul - Campo Grande (MS) - 2011
"Alegoria IV"
Salão de Arte de Mato Grosso do Sul - Campo Grande (MS) - 2011
"Lady"
Exposição coletiva NúHub - São Paulo.
"Marionete" - 2010
III salão de artes plásticas de São José do Rio Preto; Exposição coletiva NúHub -(SP).
Salão de Arte de Mato Grosso do Sul - Campo Grande (MS) - 2011
"Alegoria III"
Salão de Arte de Mato Grosso do Sul - Campo Grande (MS) - 2011
"Alegoria IV"
Salão de Arte de Mato Grosso do Sul - Campo Grande (MS) - 2011
"Lady"
Exposição coletiva NúHub - São Paulo.
"Marionete" - 2010
III salão de artes plásticas de São José do Rio Preto; Exposição coletiva NúHub -(SP).
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